O QUE SÃO OS 36 HOTSPOTS DA BIODIVERSIDADE NO MUNDO?

Andrei Klohs

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ENTENDA O CONCEITO DE HOTSPOT

Os chamados hotspots da biodiversidade são regiões geográficas que combinam duas características fundamentais: altíssimos níveis de endemismo — ou seja, abrigam espécies que não existem em nenhum outro lugar do planeta — e um elevado grau de ameaça ambiental. Essas áreas concentram uma diversidade biológica única em espaços relativamente reduzidos e já bastante degradados, o que as torna prioridade máxima para ações de conservação.

Para que uma região seja classificada como hotspot, dois critérios são internacionalmente considerados: possuir pelo menos 1.500 espécies de plantas vasculares endêmicas e ter perdido pelo menos 70% de sua vegetação original. Essa definição, adotada por organizações como a Conservação Internacional (CI), orienta o foco de investimentos e esforços em conservação ao redor do mundo.

 

QUANTOS HOTSPOTS EXISTEM NO MUNDO?

Atualmente, 36 regiões foram oficialmente reconhecidas como hotspots da biodiversidade. Juntas, elas representam apenas cerca de 2,5% da superfície terrestre, mas abrigam mais de 50% das espécies vegetais endêmicas conhecidas. Isso evidencia a importância crítica desses ambientes para a preservação da diversidade biológica global.

A degradação desses territórios decorre, em grande parte, de pressões antrópicas intensas, como desmatamentos, avanço da urbanização, queimadas, expansão agrícola e outras formas de conversão do habitat. A perda contínua desses ecossistemas compromete não só espécies isoladas, mas também o equilíbrio ecológico e os serviços ambientais essenciais que eles oferecem.

 

OS HOTSPOTS BRASILEIROS

No Brasil, dois grandes biomas atendem aos critérios e são reconhecidos como hotspots globais: a Mata Atlântica e o Cerrado. Ambos concentram uma imensa variedade de espécies endêmicas e enfrentam níveis alarmantes de fragmentação e degradação ambiental.

Curiosamente, a Amazônia, embora seja um dos ecossistemas mais ricos do mundo em biodiversidade, ainda não se enquadra na definição oficial de hotspot. Isso ocorre porque, até o momento, ela não atingiu o nível de ameaça necessário para essa classificação — o que, paradoxalmente, reforça a urgência de medidas preventivas.

 

O CASO CRÍTICO DA MATA ATLÂNTICA

A Mata Atlântica é considerada um dos ecossistemas mais ameaçados do planeta. Apesar de abrigar milhares de espécies de plantas e animais — muitas das quais só existem ali — estima-se que restem hoje apenas cerca de 12% da sua vegetação original e bem preservada. Os remanescentes estão distribuídos em pequenos fragmentos isolados, o que aumenta a sua vulnerabilidade.

Dada sua importância ecológica e o grau de ameaça, a Mata Atlântica é protegida por legislações específicas, sendo a principal delas a (Lei Federal nº 11.428/2006) conhecida como Lei da Mata Atlântica. Essa norma estabelece regras para uso, conservação e recuperação do bioma, exigindo cuidados adicionais em atividades que interfiram em sua vegetação nativa.

 

A IMPORTÂNCIA DA ATUAÇÃO TÉCNICA EM HOTSPOTS

A conservação de regiões críticas como os hotspots exige ações articuladas entre governos, empresas e sociedade civil. Para empreendimentos situados nesses territórios, isso implica um cuidado ambiental diferenciado, que considere não apenas as exigências legais, mas também a responsabilidade socioambiental.

Nesse contexto, estudos de impacto ambiental, programas de restauração ecológica e compensações ambientais eficazes são instrumentos indispensáveis. Eles devem ser desenvolvidos com base em um diagnóstico técnico apurado, que considere a complexidade ecológica e a urgência da preservação.

 

COMO A QUADRAT ATUA NESSES CONTEXTOS?

A Quadrat Assessoria Ambiental atua estrategicamente em regiões reconhecidas como hotspots, oferecendo suporte técnico especializado para conservação e recuperação de ecossistemas. Nosso trabalho é guiado pela compreensão de que proteger essas áreas não é apenas uma obrigação legal — é um compromisso com o futuro.

Conservar regiões de alta prioridade ecológica significa preservar espécies ameaçadas, mas também manter os serviços ambientais essenciais à vida humana, como a regulação do clima, a purificação da água e a estabilidade dos solos. É por isso que nossa atuação combina conhecimento técnico, sensibilidade ambiental e diálogo com os diferentes setores envolvidos.